- Vens?
- Não, não posso.
- Não podes ou não queres?
- Não quero. Quero, mas não sei se te faz bem a minha presença...
- Não faz... Mas eu quero que venhas! - disse-lhe eu enquanto fechava o livro.
- Mas prefiro não ir, porque se for, vais voltar a pedir-me que vá contigo.
- Sim, é verdade. Mas eu disse-lhes que ías comigo, e...
- E eles estão à minha espera? - pergunta ela olhando de suslaio para a janela, vendo o sol por-se por trás da ponte.
- Acho que não. Acho que eles já sabem que não estamos juntos.
- Sabem, fui eu que lhes disse...
- Mas disseste-lhes? Porquê? Eles não têm nada a ver conosco!
- Não te zangues, por favor. Poupa-me a esses teus ataques de fúria.
- Não é fúria, é desapontamento. Pensava que isto só nos dizia respeito a nós. A mais ningém... Mas já devia estar à espera, tu nunca foste de confiança. - era fúria, e ela sabia-o tão bem.
- Isso é despeito. Nunca te traí, de forma alguma.
- Não? Não foi o que me pareceu, quando me falaste dele, e do modo como se 'enroscaram'
- 'Enroscaram'?! Não achas que foste vulgar agora?
- Acho, mas não me parece que mereças melhor.
- Mas achas que perdeste o teu tempo comigo, foi?
- Não, não acho... - ela surriu. Um sorriso malandro, maldoso. Beijou-me nos lábios e saiu em direcção ao quarto.
sábado, outubro 31, 2009
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